.
René Vautier, que teve uma vida agitada, com uma passagem pela prisão, greves de fome, ameaças e condenações, se autoproclamava “o mais censurado dos cineastas franceses”.
Foi autor de Afrique 50, documentário considerado o primeiro curta-metragem anticolonialista da história do cinema francês, que foi censurado por quarenta anos e pelo qual o cineasta foi condenado a um ano de prisão.
Após, focou sua câmera na guerra da Argélia (1054-1962), especialmente com Une nation, l’Algérie (1954), que lhe valeu a acusação de ter atentado contra a segurança do Estado, com Algérie en flammes (1958) e, sobretudo, com Avoir 20 ans dans les Aurès (1971), sua obra mais conhecida e que recebeu o Prêmio da Crítica Internacional no Festival de Cannes, em 1972.
Entre os soldados se desenvolve uma tendência à pilhagem, ao assassinato gratuito e às violações, exceto por parte de Noël Fravelière, cujo caráter pacifista e contrário à guerra o torna profundamente afetado pelo clima de loucura que atinge os demais. A captura de um argelino chamado Youssef acaba por desencadear sua raiva contida durante todo o conflito.