A carreira como cantora começou na adolescência, em bares de sua cidade natal, Mindelo. Em 1975, coincidentemente com a independência da nação africana, viveu um período marcado por problemas pessoais e econômicos, deixou de cantar e teve de lutar contra o alcoolismo. Após dez anos de dificuldades, decidiu voltar à música, mudando-se para Paris, onde lançou seu primeiro álbum, La diva aux pieds nus, lançado em 1988.
Nos anos seguintes, lançou uma série de gravações que a tornaram uma estrela internacional e, em 2004, recebeu um Grammy de Melhor Álbum de música contemporânea pelo trabalho Voz de Amor. Em 2009, o governo francês concedeu-lhe a medalha da Legião de Honra.
Foram catorze álbuns gravados entre 1988 e 2009. Seu último disco foi Nha Sentimento, de 2009, falecendo dois anos mais tarde, em 17 de dezembro de 2011:
1990 - Distino di Belita
1991 - Mar Azul
1992 - Miss Perfumado
1994 - Sodade, Les plus belles mornas de Cesária
1995 - Cesária
1997 - Cabo Verde
1999 - Café Atlântico
2001 - São Vicente di Longe
2002 - Cesária Évora Anthology
2003 - Voz d'amor
2003 - Club Sodade - Cesária Évora by...
2006 - Rogamar
2009 - Nha sentimento
Cesária Évora apresentava-se com os pés descalços, em apoio às mulheres e crianças pobres de seu país. Cantou a longa e amarga história do isolamento, do abandono, do tráfico de escravos, da imigração de milhões de cabo-verdianos...
Sua música, como forma de expressão do sofrimento e da simplicidade da vida, surgia de uma voz afinadíssima, melancólica, emocional, acentuando palavras e frases cujo significado não necessita ser compreendido, porque mais do que palavras, traduzem emoções.
Ouvi-la é como abrir uma janela e deixar entrar o sol, como sorrir, apesar da melancolia, pois convida ao sonho e ao abraço. A morna, sábia mistura de ritmos africanos, portugueses e caribenhos, de letras que vão das coisas mais simples da vida ao azul do mar, acompanhada por finos instrumentos, comove e encanta.