Tocava guitarra e cantava influenciado por artistas havaianos que deixaram sua marca no período anterior à guerra, compartilhando essa influência com os colegas do estado da Georgia, como Barbecue Bob e Tampa Red.
Sempre tocava em tons agudos e marcava os semitons utilizando frequentemente o falsete em sua voz de tenor e compôs mais de uma centena de músicas em quatro anos, das quais ao menos oitenta e oito foram gravadas.
Kokomo Arnold, canhoto e mestre do slide guitar, converteu-se em um dos primeiros bluseiros a utilizar um ritmo rápido na guitarra e, sobretudo, nas frases - rápido, mas correto na pronúncia, marcando o ritmo com perfeição.
Em 1929 emigrou a Chicago e atuou nos clubes negros da cidade com grande êxito, destacando-se especialmente o tema Milk Cow Blues, que foi adaptada por Elvis Presley em 1955, transformando-se em Boogie Milk Cow Blues. Também foi revisitada pelo Aerosmith em 1977.
Em plena época da Lei Seca, chegou a trabalhar no negócio de contrabando de álcool para os clubes noturnos.
Com grande talento, em um país sedento por novos valores musicais, a Decca Records abriu-lhe as portas, sendo essa gravadora responsável pela gravação da maioria de suas composições. Transformou-se, a partir de então, em uma das principais influências daquele que seria, pouco depois, o grande nome do blues do Delta, o mestre Robert Johnson.
Uma das suas composições mais famosas é Old Kokomo Blues, lançada em 1934, na qual se baseou Robert Johnson em Sweet Home Chicago, que foi totalmente fiel à original.
Sua história é a mesma de tantos nomes do blues que se dedicaram à música por uma única razão: dinheiro. Contudo, não de uma forma como a atual, determinada pelo marketing e pela indústria, mas sim de modo artesanal e sem outro impulso senão a necessidade de sobrevivência e a diversão.
Faleceu em Chicago, em 8 de novembro de 1968, aos 67 anos, em virtude de um infarto e em sua lápide estão, legitimamente, inscritas as palavras: “Lenda do Blues”.
| |