O êxito de suas canções, exaustivamente gravadas por grandes nomes da MPB, dentre os quais Elis Regina, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Paulinho da Viola, faz parte da história da música brasileira.
Criador do termo “dor de cotovelo”, referindo-se ao estilo de suas composições, nas quais um homem, com os cotovelos sobre a mesa de um bar, bebe para esquecer um amor frustrado, foi um grande compositor, apaixonado pela vida, pela boemia e pelo Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, cujo hino é composição sua.
Seu êxito se deve tanto às paixões não correspondidas, aos amores errados que seus sambas-canções cantaram como à capacidade de transformá-los de dramalhões em arroubos de inesperada poesia.
Apesar de sua carreira ter sido eclipsada, nos anos sessenta, pelo surgimento da bossa-nova e da tropicália, ressurgiu na década de setenta, em releituras feitas, inclusive, pelo próprio João Gilberto e por Caetano Veloso.
Suas canções são peças únicas e marcas registradas, com uma musicalidade poética que tocou gerações, expondo a dor amorosa, o humor, o deboche, o escárnio, estendendo-se por sobre o tempo, por sobre as construções estéticas, para alcançar mais além.
Lupicínio é um patrimônio da música brasileira, e como tal deve ser considerado, ouvido e apreciado.