Nascido em 11 de outubro de 1908, não apenas foi um dos responsáveis pela criação da Estação Primeira de Mangueira como também o idealizador de seu nome e de suas cores (verde e rosa).
Foi, acima de tudo, o compositor legendário de Acontece, Alvorada, O mundo é um moinho, As rosas não falam, Divina Dama e tantas outras canções, venerado por compositores populares e eruditos, de Nelson Cavaquinho, e Paulinho da Viola a Heitor Villa Lobos.
De origem humilde, trabalhou como servente de pedreiro, vendeu os direitos de gravação de suas composições a nomes como Mário Reis e Francisco Alves, chegando a participar, junto a Donga, Pixinguinha, João da Baiana e outros, de gravações feitas pelo maestro inglês Leopoldo Stokowski.
Na década de quarenta, junto a Paulo da Portela e Heitor dos Prazeres, formou o Conjunto Carioca, cuja duração foi breve e, após seu desaparecimento, julgava-se que Cartola havia falecido.
Em 1956, trabalhando como lavador de carros durante o dia e como vigia à noite, foi redescoberto por Sérgio Porto, que o reconduziu às rádios.
Passando a trabalhar no jornal “Diário Carioca”, no início da década de sessenta, junto à Dona Zica, abriu o restaurante “Zicartola”, frequentado por sambistas do Morro da Mangueira e compositores da geração pós-bossa-nova.
Apenas em 1974, aos sessenta e seis anos, gravou seu primeiro LP e, em 1976, o segundo, junto à primeira apresentação individual.
Finalmente reconhecido individualmente e tendo recebido diversos prêmios, durante toda a década de setenta realizou vários shows, programas de televisão foram produzidos especialmente para homenageá-lo, participou do Projeto Pixinguinha, lançou mais um disco de sucesso, até ser diagnosticado com câncer, em 1978.
Ao falecer, em 30 de novembro de 1980, deixou um legado de quatro discos e inúmeras canções, também gravadas por diversos artistas, tais como Carmen Miranda, Ataulfo Alves, Clementina de Jesus, Nara Leão, Gal Costa, Cazuza, Luiz Melodia, Beth Carvalho, Paulinho da Viola, Marisa Monte e tantos outros.
É, sem dúvidas, um dos maiores compositores brasileiros, cuja música vem da alma, com temas profundos e universais, comprovando que para cantar a tristeza, a esperança e a vida, enfim, não é necessário mais do que sensibilidade.
Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira
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