Mundialmente conhecida por sua produção musical, com destaque para Gracias a la vida e Volver a los diecisiete, Violeta também foi artista plástica.
Pinturas a óleo, tapeçarias, bordados, cerâmicas e esculturas são meios pelos quais expressou-se com perfeição, representando figuras humanas, animais e ambientes diversos, executados com uma inconsciente estética naif, com uso expressivo de cores, valorização orgânica das linhas e deformação emocional da realidade.
Nestas obras, recriou com liberdade momentos cotidianos, históricos ou populares, expressando-se com a mesma originalidade com que compôs e cantou.
“As arpilleras são como canções pintadas”, disse certa vez sobre a técnica de bordar sobre telas rústicas e que, de certo modo, “inventou” a partir de 1960.
Sobre o início de sua produção artística, afirmou: “Não poderia ficar tanto tempo sem fazer nada. Um dia vi a lã e um pedaço de tela e comecei a fazer qualquer coisa. Nada surgiu. Não sabia nada porque, no fundo, não tinha claro o que queria fazer. Voltei a pegar o pedaço de tela e desfiz tudo e quis copiar uma flor, mas quando terminei, não era uma flor, mas uma garrafa. Quis colocar uma tampa na garrafa e surgiu a cabeça; então, coloquei olhos, nariz e boca: era uma dama, como essas que vão todos os dias à igreja rezar”.
Costumava dizer que não sabia desenhar, que tudo o que fazia inventava. Ia preenchendo os espaços de suas telas e pinturas com o que “surgia em sua cabeça”.
Em seus trabalhos surgem trinta personagens e cada expressão que Violeta atribui a eles é única; fazem coisas distintas, mas a artista toma uma cor única e “viaja” pelos quadros para imprimir o que sente através desses personagens: “Yo misma a veces tengo el color de mi nombre o el color verde que es de la alegría y que me cuesta más que ninguno, o el rojo si estoy enojada y denuncio... Siempre uso como base los colores araucanos: amarillo, negro, violeta, rojo y rosado de copihue".
No catálogo da exposição que realizou em Paris, no ano de 1964, e cujo cartaz foi confeccionado por ela própria, a pesquisadora Ivonne Brunner apresentou a artista dizendo: “Violeta não é uma desconhecida na França. Utiliza uma linguagem poética e simbólica, dando um significado a cada tema, a cada cor, sem por isso descuidar do lado plástico de sua obra. Cada uma de suas arpilleras é uma história, uma lembrança ou um protesto em forma de imagem”.