Conhecida como “A primeira dama do jazz”, cresceu em Yonkers, Nova Iorque, em uma situação de pobreza, começando a cantar profissionalmente aos dezesseis anos, na orquestra de Chick Webb.
Triunfou nos anos cinquenta, gravando com Louis Armstrong e com a gravação de Songbooks com canções de compositores como os irmãos Gershwin, Cole Porter e Irving Berlin.
Durante sua extensa carreira, ganhou treze prêmios Grammy, recebeu a Medalha Nacional das Artes e a Medalha Presidencial da Liberdade dos Estados Unidos.
Seu estilo é incomparável, sendo uma das pioneiras do scat singin no jazz, além de cantar, com perfeição, baladas gospel e blues, o que a coloca acima de qualquer categorização.
Sua infância humilde foi marcada pela morte dos pais, quando contava com quinze anos, culminando em uma juventude complicada, embora não dramática e miserável como algumas de suas biografias enfatizam.
Em 1934 apresentou-se nas míticas noites amadoras do teatro Apollo, do Harlem, onde pretendia dançar. Antes de subir ao palco assistiu a apresentação das Edward Sisters e, não se considerando à altura, resolveu cantar, despertando a atenção de Benny Carter, que acompanhava a banda. Essa noite foi o marco inicial de sua carreira.
Passou os anos seguintes à frente da banda de Chick Webb e, em 1937, ganhou o prêmio Downbeat como a melhor cantora de jazz da época, conseguindo seu primeiro êxito com A tisket, a tasket, uma canção de ninar convertida em um standard do jazz.
Até 1942 permaneceu com a banda de Webb e o nascimento do bebop a colocou no centro do jazz na década de quarenta. Alguns de acompanhantes habituais foram Charlie Parker e Dizzy Gillespie, que exerceram grande influência sobre ela e sua forma de cantar, embora não existam muitas gravações da época.
Sobretudo, suas gravações, a partir do contrato com o selo Verve, em 1956, com seus famosos Songbooks, foram decisivas para alimentar a ideia da ausência de sentimento em suas interpretações. Os discos eram álbuns temáticos, onde interpretava grandes compositores da época, como Cole Porter, Irving Berlin e George e Ira Gershwin. Vendiam muito e levaram-na à fama e à popularidade, mas muitas vezes, o material não era adequado ou os arranjos não permitiam que mostrasse todo o seu talento. A escolha de temas populares e comerciais fez com que, com a passagem do tempo, permanecesse a sensação de que efetivamente faltava algum sentimento em sua forma de cantar.
Na realidade, contudo, tinha uma voz doce, clara, dominava o swing e o scat como ninguém e seus famosos Songbooks a levaram à fama, embora possam ter ocultado a magnitude de seu talento.
Dentre suas inúmeras gravações, alguns discos são essenciais para apreciar sua grandeza:
- Ella and Louis (1956): Em 1956, tanto Ella Fitzgerald como Louis Armstrong eram mundialmente famosos, mas esta foi a primeira vez em que gravaram juntos. O produtor, Norman Granz, buscou a espontaneidade, sem ensaios, convocou o trio de Oscar Paterson e o resultado se tornou histórico.