Na escola, recebia constantes retaliações por parte dos professores, porque era habitual que o surpreendessem desenhando durante as aulas. Aos treze anos foi aceito como aprendiz em um atelier de pintura de porcelana, pintando temas que emanavam a doçura e o sentimentalismo herdados do Rococó. A intenção era que aprendesse o oficio e pudesse ganhar a vida em sua cidade natal como decorador de porcelanas, especialidade da cidade de Limoges. Ali aprendeu a pintar com pincéis flexíveis e cores fluidas, que seriam depois uma constante em sua pintura.
Em 1862 passou à Escola de Belas Artes e, no atelier de Gleyre, conheceu Claude Monet, Fréderic Bazille e Alfred Sisley.
Suas primeiras obras, de estilo clássico, romântico e realista, não foram bem aceitas. Apesar disso, a primeira obra que expôs na galeria L’Esmerálda, em 1864, recebeu boa acolhida, embora a tenha destruído após finalizada a exposição.
Em seus primeiros anos, também foi influenciado pela escola de Barbizon, sobretudo pela pintura de Gustave Coubert.
A maior parte das pinturas figuras femininas foram de Lise Tréhot, sua amante, jovem que teve uma importância vital em sua obra, tanto que, quando romperam a relação, houve uma mudança no estilo de Renoir. Além disso, prefere as cenas de interior, diferentemente dos demais impressionistas, que sempre optam pelos exteriores e a pintura ao ar livre.
Sua carreira realmente inicia em 1867, com a exposição do Retrato de Lise com guarda-chuva.
Por tudo isso, Renoir recebeu o qualificativo de “pintor da alegria”. É extremamente agradável contemplar as cenas de Paris do final do século XIX, momentos de prazer, pequenas coisas, os deliciosos gestos das meninas e das mulheres que pinta. Tudo é simples e próximo.
É um dos impressionistas mais reconhecidos pelos temas que cultiva: flores, cenas doces de crianças e mulheres e obcecado por formas femininas.
O período impressionista de Renoir se destaca entre 1870 e 1883. Durante esse tempo, pintou uma grande quantidade de paisagens, concentrando-se na vida social urbana, na vitalidade e na juventude. Uma das obras características desse período, O almoço dos remadores, tem como protagonista a própria luz. Na pintura, a mulher que brinca com o cão é sua esposa Aline Charigot.
Após o nascimento de seu primeiro filho, deixou de pintar por um tempo e, quando retomou os pincéis, realizou sua obra mais importante do período: Grandes banhistas, que demorou três anos para concluir.
Nesta década, manteve os temas ingrescos, dando maior fluidez às suas pinceladas do que no período impressionista. Deste período é Duas meninas ao piano, adquirida pelo estado francês para o Museu de Luxemburgo.
Na década de 1990 começa seu período de Cagnes, época em que a artrite o afetou de forma importante e nasceu sua terceira filha, transformando-se a ama desta em um de seus modelos.
Cavaletes com roldanas e pincéis amarrados aos dedos foram alguns dos engenhos que utilizou para continuar pintando, pois durante vinte e cinco anos lutou para continuar criando, apesar da artrite reumatoide que o incapacitou lentamente.
Ao observar suas pinturas, é fácil esquecer que existia esse problema, porque pintar, para ele, foi quase uma necessidade física e uma cura, ao mesmo tempo, como se desejasse registrar sobre a tela as coisas que perderia na vida real em virtude da doença.
Após visitar pela última vez o Museu do Louvre, onde já se encontravam algumas de suas pinturas, morreu vitimado por uma pneumonia, em Cagnes, no dia 3 de dezembro de 1919, aos setenta e oito anos.