O irlandês nascido em 2 de março de 1948 e falecido em 14 de junho de 1995, era simples e tímido na vida privada, mas uma fera no palco. Com suas camisas de lenhador e um sorriso constante, nunca quis entrar no circuito mainstream nem agir como os personagens da moda de seu tempo e, inclusive, na década de oitenta, quando continuou fiel ao blues-rock e à sua estética enquanto os penteados e as ombreiras monopolizaram o cenário musical. Sua música, baseada no blues, mas com ramificações em direção ao jazz, ao folk irlandês, ao rock hendrixiano, ao honky-tonk, ao blues rural, à balada pop... continua vivo e intacto na atualidade.
Não é exagerado afirmar que foi uma criança prodígio, que passava horas movendo o dial do rádio em busca de canções impactantes, até que, aos nove anos, através da emissora de uma base americana instalada na Alemanha, escutou Muddy Waters e foi profundamente tocado.
A compra de uma guitarra e uma mudança no visual o encaminharam para um grupo de baile, colocando Muddy Waters em um altar, de tal forma que quando o conheceu e quando tocou ao seu lado, em The London Sessions, em 1971, foi como receber o maior dos prêmios. Ele mesmo dizia que a cada noite, após levar Muddy ao hotel, em um velho carro que guardou como relíquia por toda a vida, imediatamente ia para casa estudar.
Em Blueprint, no qual aparece mais o blues elétrico do que o acústico, à moda Leadbelly, alcança o som de Harrison na balada If I had a reason, enquanto que em Going my hometown, de Live Europe, toca bandolim.