Seus escritos, suas relações sentimentais e sua vida foram inspiração para milhares de mulheres através dos anos, demonstrando que é possível transcender o estabelecido e reconhecer-se como responsável por suas próprias escolhas, renunciando à ideia de um destino preestabelecido pela condição feminina (ninguém nasce mulher: torna-se).
Viveu como que para dar o exemplo do que escreveu: da relação com Sartre se compreende o sentido do amor absoluto cujo maior valor foi a liberdade total, a compatibilização entre a liberdade individual e a vida em comum.
A temática feminista, a criação literária, o desenvolvimento da esquerda antes e após a Segunda Guerra Mundial, a dor e a percepção do eu, os limites da psicanálise, as premissas profundas do existencialismo foram a matéria da obra de uma mulher extraordinária, que atreveu-se a viver sob suas próprias regras.
Simone de Beauvoir faleceu em 14 de abril de 1986 e sempre é importante recordar, através de algumas de suas frases, o pensamento que marcou – e marca – tão profundamente a necessária reflexão sobre a mulher, sobre a vida e a sociedade, em todos os tempos:
1. Encanto é o que alguns têm até que começam a acreditar que, de fato, o têm.
2. A natureza do homem é má. A sua bondade é cultura adquirida.
3. O que é um adulto? Uma criança inchada pela idade.
4. O problema da mulher sempre foi um problema de homens.
5. É pelo trabalho que a mulher diminui a distância que a separa do homem. Só o trabalho pode garanti uma liberdade concreta.
6. O fato de existir uma minoria privilegiada não compensa nem desculpa a situação de discriminação em que vivem os demais.
7. O homem não é uma pedra nem uma planta e não pode, complacentemente, justificar-se pela sua simples presença no mundo. O homem só é homem por sua recusa em permanecer passivo, pelo vigor com que se projeta do presente para o futuro e se orienta para as coisas, a fim de dominá-las e dar-lhes forma. Para o homem, existir é refazer a existência. Viver é a vontade de viver.
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