Diferentemente de muitos outros modernistas brasileiros, Brecheret era de origem humilde. Também, mesmo sendo o escultor do modernismo, não demonstrava, como outros artistas representativos do movimento, possuir uma identidade política, embora sua obra represente a reafirmação de um rosto autêntica e genuinamente brasileiro, o que justifica e reforça sua contribuição para a arte brasileira.
Trabalhou em uma loja de calçados durante o dia para poder assistir, à noite, as aulas da Escola de Artes e Ofícios de São Paulo, onde estudou desenho, modelagem e entalhe em madeira.
Com grande sacrifício econômico, seus tios o enviaram a Roma em 1913, mas devido à sua escassa formação, não foi aceito na Academia e Belas Artes.
Contudo, foi recebido como discípulo de Arturo Dazzi, o mais famoso escultor italiano da época, tendo inaugurado seu primeiro atelier em 1915 e recebendo o primeiro prêmio da Exposição dos Amatori e Cultori, com a escultura Despertar.
De volta ao Brasil, em 1919, montou seu estúdio no Palácio da Indústria, em um espaço cedido pelo arquiteto Ramos de Azevedo e foi descoberto pelos modernistas que, extasiados diante de suas esculturas, o converteram em elemento polarizador do grupo.
Neste ambiente, realizou a primeira maquete do Monumento às Bandeiras. Em 1920 apresentou, na Casa Byington, a escultura Eva, adquirida pela Prefeitura de São Paulo:
Convertido em um importante artista na capital francesa, recebeu o titulo de Cavaleiro da Legião de Honra e sua obra Grupo, de 1932, e que desapareceu durante a Segunda Guerra Mundial, foi adquirida pelo Museu Jeu de Paume.
Na década de trinta participou ativamente na vida artística do Brasil, como sócio fundador da SPAM - Sociedade Pró Arte Moderna - e nos Salões de Maio (1937, 1938 e 1939). A partir dos anos quarenta, incorporou à sua obra motivos nacionais e indígenas, em formas cada vez mais orgânicas. Participou das XXV e XXVI Bienais de Veneza, em 1950 e 1952, e nas primeiras Bienais de São Paulo recebendo, em 1951, o Prêmio de Melhor Escultor Nacional.
Sua obra está presente em monumentos públicos, funerários e decorativos de fachadas, como o Monumento às Bandeiras, um dos símbolos da cidade de São Paulo, desenvolvido por cerca de trinta anos, cuja execução foi iniciada em 1936 e cuja inauguração se deu em 1953.
Existem imagens em vídeo e inúmeras fotografias que mostram Victor Brecheret em seu ateliê, trabalhando nas suas peças em mármore, granito, gesso, terracota, bronze, etc.
Os depoimentos tratam da importância de sua obra, expressada através da viúva e da filha do escultor, de especialistas e de pessoas que conviveram com ele, algumas de suas obras mais importantes, impressões sobre seus temas e o alcance de seu legado.