Filho de um escultor e pintor medíocre, o que em parte favoreceu a sua formação acadêmica nas artes, o pai soube reconhecer sua genialidade e proporcionou que estudasse na Academia de Toulouse.
Em 1806 pintou seu famoso quadro “Napoleão entronizado” e “Mademoiselle Caroline Rivière”. Em 1808 pintou “A banhista de Valpinçon” e, em 1814, “A grande odalisca”, obras de referência em sua biografia, embora tenham sido duramente criticadas na França, por serem consideradas por alguns como muito arriscadas e, por outros, muito conservadoras.
Ingres não é, em sentido estrito, nem neoclássico e nem acadêmico, mas um entusiasmado defensor do desenho. Por vezes é clássico, romântico e realista, constituindo um expoente do romantismo quanto aos temas, ao traço abstrato e às tintas planas, de colorido intenso.
Algumas de suas obras se inserem no chamado “estilo trovadoresco”, inspirando-se no ideal estético grego e gótico, além das fontes das miniaturas dos livros de horas de Fouquet.
Como exemplo do orientalismo, muitos de seus quadros, especialmente os nus femininos, são dominados por um sentido irreal de exotismo, que era próprio do século XVIII.
Se as suas qualidades como pintor não foram apreciadas em sua época, foi reconhecido como um dos grandes retratistas de seu tempo. Nos salões em que participou na década de 1820, introduzia retratos em abundância, os quais manifestavam a crescente diferença entre os critérios da pintura da história e a necessidade de representação que a sociedade burguesa apresentava.
Com o tempo, e especialmente em seus retratos femininos, passou a refletir a opulência do Segundo Império e seu mundo luxuoso e materialista. Em seus retratos, proporcionava aos clientes o aspecto de nobreza que não possuíam, mas ambicionavam, mas era também profundamente realista, partindo da observação precisa de seu modelo, concebido como um todo que englobava sua expressão, sua postura e sua indumentária.
Os nus femininos de Ingres representavam a culminação da experimentação formal feita ao longo de sua carreira, dirigida a expressar a beleza ideal. As imagens de beleza idealizada, as poses estáticas e a composição rigorosa e racional são aspectos característicos de seu estilo neoclássico.
A unanimidade de Ingres entre os críticos modernos leva muitos a afirmarem que “Ingres é Ingres e uma vez que se tenha visto um de seus quadros, não se pode esquecê-lo”. A verdade é que ele não se confunde a nenhum outro, não tem um estilo, tem o seu próprio estilo, é o mestre dos gênios.
Em seu tempo, sua obra não se assemelhou a nada que houvesse sido pintando antes dele, mas centenas de anos depois é possível vê-lo entre os todos os grandes pintores , como um dos pais da pintura moderna.